segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Antecedentes, fundação e os primeiros tempos na cidade de São Paulo.









Em 1532Martim Afonso de Sousa funda, no litoral paulista, a primeira vila brasileira, São Vicente. Donatário da capitania de São Vicente, Martim Afonso incentiva a ocupação da região e outras vilas são criadas no litoral (Itanhaém1532Santos1546). Poucos anos depois, vencida a barreira representada pela serra do Mar, os colonizadores avançam pelo planalto Paulista, estabelecendo novos povoados. Em 1553,João Ramalho, que vivia no planalto desde antes da criação de São Vicente, funda a vila de Santo André da Borda do Campo, situada nocaminho do mar (atual região do ABC paulista). Explorador português, João Ramalho era casado com a índia Bartira, esta, por sua vez, filha do cacique Tibiriçá, chefe da tribo dos guaianases. Encontrava-se, dessa forma, apto a exercer a função de intermediário dos interesses portugueses junto aos indígenas.

Em janeiro de 1554, um grupo de jesuítas, comandado pelos padres Manoel da Nóbrega, superior da ordem no Brasil, e José de Anchieta, chega ao planalto, auxiliado por João Ramalho. Com o objetivo de catequizar os índios que viviam na região, os jesuítas erguem um barracão de taipa de pilão, em uma colina alta e plana, localizada entre os rios Tietê,Anhangabaú e Tamanduateí, com a anuência do cacique Tibiriçá, que comandava uma aldeiade guaianases nas proximidades. Em 25 de janeiro daquele ano, dia em que se comemora a conversão do apóstolo Paulo, o padre Manoel de Paiva celebra a primeira missa na colina. A celebração marcou o início da instalação dos jesuítas no local, e entrou para a história como nascimento da cidade de São Paulo. Dois anos depois, os padres erguem uma igreja – a primeira edificação duradoura do povoado. Em seguida, ergueram o colégio e o pavilhão com os aposentos. Destas construções originais, resta apenas uma parede de taipa, onde hoje encontra-se o Pátio do Colégio.
Ao redor do colégio formou-se uma pequena povoação de índios convertidos, jesuítas e colonizadores. Em 1560, a população do povoado seria expressivamente ampliada, quando, por ordem de Mem de Ságovernador-geral da colônia, os habitantes da vila de Santo André da Borda do Campo são transferidos para os arredores do colégio. A vila de Santo André é extinta, e o povoado é elevado a esta categoria, com o nome de "Vila de São Paulo de Piratininga". Por ato régio é criada, no mesmo, ano, sua Câmara Municipal, então chamada "Casa do Conselho". É provavelmente nesse mesmo ano de 1560 que é criada a "Confraria da Misericórdia de São Paulo" (atual Santa Casa de Misericórdia). Em1562, incomodados com a aliança entre guaianases e portugueses, os índios tupinambás, unidos na Confederação dos Tamoios, lançam uma série de ataques contra a vila. A defesa organizada por João Ramalho impede que os tupinambás entrem em São Paulo, e os obriga a recuar, em 10 de julho do mesmo ano.
São abertos os primeiros caminhos: o que ia ao Campo do Guaré (hoje chamado bairro da Luz) tornou-se a atual Florêncio de Abreu. Os outros dois dariam origem às hoje denominadas rua XV de Novembro e rua Direita. Também no século XVI são fundadas novas igrejas: a Matriz, em 1588 (primeiro protótipo da Sé paulistana), a de Nossa Senhora do Carmo, de 1592 (demolida em 1928), a Igreja de Santo Antônio(ainda hoje na Praça do Patriarca), e a capela de Nossa Senhora da Assunção, por volta de 1600 (que daria origem ao atual Mosteiro de São Bento). Na distante aldeia indígena de Ururaí, formada por guaianeses fugidos do planalto após a morte de Tibiriçá, Anchieta fundou a Capela de São Miguel Arcanjo, que futuramente passaria a denominar o bairro de São Miguel Paulista. Distante do litoral, e deste separada pela inóspita Serra do Mar, a vila, no entanto, não produzia nada que fosse de interesse para a metrópole portuguesa, seguindo-se daí um período de lento crescimento econômico.

Fundação de São Paulo, 1913. Pintura deAntônio Parreiras.


FOTOS: Google imagens
PESQUISADOR: Artur Ricardo - Historiador.

sábado, 23 de janeiro de 2010

DICA DE LIVRO: "O QUEIJO E OS VERMES", GARLOS GINZBURG



RESENHA
 O Queijo e os Vermes? é, mais do Que uma simples história, um escrito histórico. Obra do historiador italiano e professor da Universidade da Califórnia Carlo Ginzburg, narra a trajetória de Domenico Scandella, chamado Menocchio, um moleiro do norte da Itália, que no século XVI desafiou os poderes da inquisição afirmando que a origem do mundo estava na putrefação. Segundo Menocchio ?tudo era um caos, isto é, terra, ar, água e fogo juntos, e de todo aquele volume em movimento se formou uma massa, do mesmo modo com o queijo é feito do leite, e do qual surgem os vermes, e esses foram os anjos?. Graças a uma farta documentação, Ginzburg trouxe à tona o perfil de Menocchio, seus pensamentos, suas leituras e discussões, suas relações com amigos e vizinhos. Mais do que a descrição psicológica do moleiro, o autor traça um panorama minucioso do período em que viveu Menocchio,  uma Europa pré-industrial marcada pelo Renascimento e pela Reforma. No entanto, a originalidade do pensamento de Menocchio é sempre destacada. Para ele, as influências que recebeu, autores que leu são importantes, mas mais importante é mostrar como Menocchio recebeu tais influências,  de que forma absorveu as leituras, transformou-as e criou a sua própria teoria para o surgimento do universo. Assim, Ginzburg resgata a figura de um homem que ousa falar, que diz o que pensa  mesmo arriscando a própria vida.  Mesmo desiludido, após perder a mulher e o filho, sozinho, doente, Menocchio não se cala. Dizer o que pensa, para ele, é tão importante quanto viver.  


Texto adaptado por Artur Ricardo - Historiador.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

DICA DE FILME: "O PATRIOTA".

Título: O Patriota (The Patriot)
Países de Produção: Estados Unidos
Direção: Roland Emmerich
Ano de produção: 2000
Duração: 165min. 
Distribuidor: Videolar

SINOPSE
Benjamin Martin é um pacato fazendeiro da Carolina do Sul no tempo das Treze Colônias. No passado, ele se destacara na guerra dos colonos ingleses contra os franceses aliados aos cherokees, mas, no presente, tudo o que ele quer é paz. Seus filhos pensam diferente: eles querem lutar ao lado das forças rebeldes que pretendem libertar as Treze Colônias do domínio britânico. Sem saída, Benjamim pega em armas novamente, agora ao lado de seu filho, e luta contra os britânicos.

COMENTÁRIOS
A Revolução Americana é um dos episódio da história que ocupa um lugar especial no imaginário das pessoas, dentro e fora dos Estados Unidos. Criou-se toda uma mitologia em torno da luta das Treze Colônias contra a metrópole. O Patriota, estrelando Mel Gibson, é um exemplo de ficção que contribui para reforçar e difundir essa visão.

Através do filme, ficamos sabendo muito sobre a versão preferida a respeito do nascimento dos Estados Unidos do que sobre a Revolução propriamente dita.
É bom ficarmos atentos porque há trechos que ilustram bem a vida social da época, aspectos que facilitam perceber a relativa autonomia das treze Colônias; o apoio da França aos rebeldes norte-americanos na luta contra os britânicos; a Declaração de Independência ter-se desdobrado em luta armada entre as Treze Colônias e a Metrópole; a importância dos negros na formação do país e a discriminação que sofreram.
Caros amigos blogueiros sugiro, que se assistam na versão legendada. A razão é simples: certas passagens são mais esclarecedoras quando há chance de se ouvir os diálogos no original. Por exemplo, em momento algum do filme os inimigos são chamados de "English", mas de "British" (britânicos). É bom lembrar que na época, a Inglaterra era o principal país da Grã-Bretanha, composta ainda pelos País de Gales e pela Escócia. Quando na legenda lemos "ingleses", os atores estão falando "red coats" (casacas-vermelhas). Apenas quando se procura atacar diretamente a figura do rei ou a sede da metrópole é que se fala em "England" (Inglaterra).
Como uma obra ficcional, sem nenhum compromisso com o que pode ter acontecido, O Patriota pode-se constituir em um ponto de partida para discussões sobre ufanismo, ideologia e nação.


Agora, não perca tempo vá agora mesmo numa locadora de vídeo e alugue esse filme para assistir  nesse final de semana para uma análise histórico e crítica dos fatos. BOM FILME!  


Adaptação de Artur Ricardo - Historiador e Foto do Google imagens.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

HISTÓRIA DO FUTURO


A história é uma ciência que estuda o passado. Essa história do passado é útil para entendermos o presente e vermos as tendências do futuro. Marx foi um dos primeiros e o mais sólido pensador da história do futuro, ao pensar as tendências e possibilidades históricas. Nildo Viana, um discípulo contemporâneo de Marx, é hoje quem mais contribui com a história do futuro. Ao pensar as tendências do capitalismo e as possibilidades históricas, tal como a autogestão social ou o modo de produção burocrático, ele faz uma historiografia do futuro e avança na consciência do passado, do presente e do futuro. Além disso, ajuda a compreender a frase de Marx, segundo a qual "os homens fazem sua história", pois o futuro não está decidido e é a ação humana no presente, influenciada pelo passado, que irá definir qual tendência se realizará. Ao pensar isso em termos de futuro, fica claro o significado da frase. Desta forma, Marx e Viana, entre alguns outros, contribuem com a história do futuro e isso tem um efeito prático, que é nos fazer ter responsabilidade diante do futuro da humanidade, e colocar que apenas abraçando a causa utópica poderemos evitar a barbárie.


Retirado do blog de Cláudio http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/1980410:BlogPost:66462
PRSQUISADOR: Artur Ricardo - Historiador

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

CONHECENDO UM POUCO DA HISTÓRIA DE ARACOIABA/CEARÁ



VÍDEO AMADOR GRAVADO POR ARTUR RICARDO - HISTORIADOR

RELEMBRANDO O COMPLETO ABANDONO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE ARACOIABA/CEARÁ


Estação de Aracoiaba/Ceará (Arraial Sta. Isabel) abandonada a mais de 70 anos

Parte interna da casa onde era a pensão da Zeze (Rua Santos Dummond - Aracoiaba/Ceará) vista por trás, completamente abandonada a mais de 20 anos.

Demolida em dezembro de 2009 a casa do "Sítio Alvorada"(próximo a prefeitura), casa essa, antiga e de um valor histórico de grande valia para o Município de Aracoiaba/Ceará.

Antiga quadrinha de esporte (na praça do Hospital de Aracoiaba/Ceará) demolida em janeiro de 2010 para construção do prédio do INSS.




 Durante os últimos trinta anos o que se pode ver é um completo esquecimento por parte do poder público e privado de Aracoiaba no tocaste a  nossa história. Os prédios que no passado deram orgulho a nossa cidade, hoje não passam de lembranças. Infelizmente, a história de nosso município basicamente se resumiu em brigas políticas, esquecendo todo um conjunto cultural (material e imaterial) de nossa identidade. É como se o povo aracoiabense não tivesse origem. "Um povo sem cultura é um povo sem história". Não há uma historiografia definida de Aracoiaba, só há fragmentos.

Vejamos essas fotos: a primeira fotografia mostra a estação ferroviária antiga do Bairro São José, completamente esquecida e abandonada; Não há uma preocupação em restaurar e transformá-lo num espaço cultural. Já a segunda, mostra claramente o descaso com a casa do chefe da estação também no Bairro São José, que poderia ganhar uma atenção maior, com a preservação e restauração com o objetivo de transformá-lo em uma casa para os escritores de Aracoiaba. 

É papel nosso como filho presente e ausente conservar a história, que por muito tempo sofreu monopólios por partes de alguns.

Mais é tempo de ver o sol, de reescrever as páginas esquecidas de nossa história e começar a escrever uma nova historiografia onde os esquecidos saiam de trás da cortina do esquecimento e entre no palco da história.


TEXTO DE: Artur Ricardo - Historiador.

HOLOCAUSTO - CAMPO DE EXTERMÍNIO


Campo de Auscwitz-Birkenau.
Campo de Extermínio
Campo de extermínio (em língua alemã Vernichtungslager) era o termo aplicado a um grupo de campos construídos pela AlemanhaNazista durante a Segunda Guerra Mundial com o objetivo expresso de matar os "inimigos" do regime nazista (judeusciganosde etnia roma, prisioneiros de guerra soviéticos, bem como polacos e outros). Tudo isto é parte do Holocausto e da chamadaSolução final da questão judia, o plano para (nas palavras dos Nazi) limpar as terras alemãs do povo judeu. Estes campos são também conhecidos como os "campos da morte".

Diferença face aos campos de concentração

Existe uma sensível distinção entre campos de extermínio ecampos de concentração, tais como os de Dachau e Belsen, cuja maior parte se situava na Alemanha. Os campos de concentração constituíam um sistema de encarceramento e aglomeração dos vários "inimigos do Estado" (tais como comunistas e homossexuais) e dispunham de bases de recursos de trabalho forçado para empresas alemãs. Muitas vezes, os judeus inicialmente detidos nestes campos de concentração eram posteriormente enviados para os campos de extermínio. Nos primeiros anos do regime Nazi (estabelecido em 1933) alguns judeus foram enviados para estes campos. Após 1942, no entanto, houve o início das deportações em massa para os campos de concentração, sendo que muitos destes enviados eram, ou imediatamente ou em seguida, enviados para os campos de extermínio.

Campos de trabalho escravo

Também há que distinguir os campos de extermínio dos campos de trabalho escravo, que foram construídos em todos os países ocupados pelos alemães para explorar o trabalho dos prisioneiros de vários tipos, incluindo prisioneiros de guerra. Muitos judeus trabalharam até à exaustão e morte nesses campos, mas depois de 1942, toda a força laboral judaica, mesmo que útil ao esforço de guerra alemão, foi enviada para o extermínio. Em todos os campos Nazis havia altas taxas de mortalidade como resultado da fome, doença e exaustão, mas apenas os campos de extermínio eram construídos especificamente para a matança organizada.

Métodos

O método de execução mais comum nestes campos era pelo gásZyklon B, que era utilizado nas famosas câmaras de gás, apesar de muitos prisioneiros terem sido executados por fuzilamento e outros meios. Os corpos dos mortos eram destruídos emcrematórios (excepto em Sobibór onde eles eram cremados em fogueiras ao ar livre), e as cinzas eram enterradas ou dispersas.

Lista dos campos

A maioria das fontes históricas reconhecem seis campos de extermínio, todos eles situados na Polónia ocupada. Eles eram:
Destes, Auschwitz II e Chełmno estavam situados dentro de áreas da Polónia ocidental anexada pela Alemanha. Os outros quatro estavam situados na área do Governo Geral.
Um sétimo campo, muito menos conhecido que estes seis situava-se em 
Maly Trostenets, na actual Bielorússia. O regime fantochecroata dos Ustaše também montou um campo de extermínio emJasenovac.
TreblinkaBełżec e Sobibór foram construídos durante a Operação Reinhard, o nome de código para a matança sistemática dos judeus na Europa, conhecido amplamente como sob o eufemismo, de "solução final da questão judia" (Endlösung der Judenfrage). A operação foi decidida na conferência de Wannsee de Janeiro de1942 e conduzida sob o controle administrativo de Adolf Eichmann.
Estes campos, juntamente com 
Chełmno que havia sido construído mais cedo, eram puros campos de extermínio, construídos com o objectivo único de matar em grande escala.

Número de vítimas

O número de pessoas mortas nos sete maiores campos foi estimado em:
  • Auschwitz-Birkenau: cerca de 1.100.000
  • Treblinka: pelo menos 700.000
  • Bełżec: cerca de 434.500
  • Sobibór: cerca de 167.000
  • Chełmno: cerca de 152.000
  • Majdanek: 78,000
  • Fim da guerra

    Quando as forças armadas soviéticas avançaram sobre a Polónia em1944, os campos foram fechados e completamente desmantelados, os fornos crematórios inutilizados, os restos das vítimas cremados e as cinzas lançadas na atmosfera por enormes ventiladores, tudo isso na esperança de ocultarem o que tinha ali ocorrido. O governo comunista polaco do pós-guerra, consciente da sua impopularidade e não desejando levantar a questão do extermínio dos judeus numa Polônia ainda muito anti-semita, não empenhou-se em preservar estas construções, permitindo assim a sua decadência física - se bem que sempre permitindo a sua visitação pública. Somente após a queda do comunismo em 1991, foi feito um esforço renovado de preservação dos vestígios materiais do extermínio nazista e de sua pesquisa histórica, sendo os campos reconstruídos como centros culturais e memoriais afins, especialmente Auschwitz, que até hoje ostenta uma enorme chaminé onde teriam sido incinerados os 1.500.000 judeus desse campo, o mais conhecido de todos. Com o ressurgimento do nacionalismo polonês - e de suas raízes anti-semitas - numa ambiência pós-comunista, houve, no entanto, um acirramento das disputas entre o governo polaco e organizações judaicas sobre aquilo que é e não é apropriado ser divulgado nestes sítios. Alguns grupos judaicos, preocupados em preservar a memória do Holocausto, manifestaram junto às autoridades polonesas a objecção à construção de outros memoriais, inclusive cristãos, no entorno destes campos.

    FONTE: Documentos do Holocausto, Polônia, 1944. 
    PESQUISADOR: Artur Ricardo - Historiador

HISTÓRIA DE PACOTI - CEARÁ

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